quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A origem da vida

O texto que se segue, onde passo a descrever um posicionamento científico e filosófico, em que, além de particularmente ter a minha preferência em total concordância, contrariamente a muitas propostas no âmbito de pesquisa, provenientes do ateísmo militante, declara-se o posicionamento dos mais célebres cientistas da história, e sempre foi o ensinamento dos maiores pensadores de que há memória. Os argumentos utilizados, de forma elucidativa, são necessariamente inerentes a um esclarecimento com finalidade pedagógica.

Quando se fala em teorias científicas, torna-se difícil para o público fazer a separação entre facto e conjetura, os meios de comunicação gostam de publicar histórias sensacionalistas e alguns cientistas gostam de especular até onde as suas descobertas podem chegar. Em momento algum nos é dado uma explicação convincente conjugando evidências e conceitos fundamentados em induções de lógica e analogia.

O que advém da pesquisa científica é uma descoberta, é uma lei, é algo observável, ou é apenas uma interpretação de evidências?

Alguns termos são confundidos como sendo processos naturais, mas não o são, tais casos representam conceitos e não fenómenos diretamente observados, dependendo sempre de interpretações, hipóteses ou até mesmo de teorias, e não de formulações científicas rigorosas.

Evolução não e um processo natural, pois é tratado por dedução e não por observação direta, é importante compreender que processos naturais são observados diretamente na natureza e descritos através de uma fórmula científica apropriada. Acreditar em processos naturais e não demonstrar quais os mecanismos que estiveram na origem do processo, não é científico. É simplesmente ficção científica.

Vejamos o que escreveu o reconhecido cientista, Dr. George Walt, professor da Universidade de Harvard, prémio Nobel de medicina, adepto da teoria da evolução: Foi ele que descobriu como o olho humano consegue captar imagens, transforma-las em impulsos elétricos e enviar toda essa informação codificada ao cérebro para ser descodificada em consciência.

A respeito de tudo isto, ele afirma o seguinte:

«Basta contemplar a magnitude desta tarefa, para admitir que a geração de um organismo vivo é impossível, todavia, aqui estamos nós, como resultado, creu eu, da geração espontânea. A ideia razoável era crer na geração espontânea; a única outra alternativa seria crer no ato único e primário da criação sobrenatural. Não há uma terceira posição.»

Pode concluir-se que há necessidade de crer em qualquer uma das duas teorias, a evolução exige fé tanto quanto a criação. Tal como não é possível provar a existência de Deus, a sua inexistência consiste unicamente através da fé, é impossível provar qualquer das premissas porque ambas sobrevivem como proposta filosófica.

É inegável a influência de uma cosmovisão religiosa na estrutura do próprio pensamento científico. Ninguém pode conceber uma ciência sem um pressuposto de ordem.

Se a realidade fosse aleatória, ocasional, como os materialistas adoram alardear, não existiria ciência, porque a ciência passa do pressuposto de uma repetição de fenómenos que podem ser descritos e identificados. Existem regras, existem leis naturais que são imutáveis.

A teoria evolucionista desenvolvida por Charles Darwin e Alfred Wallace, no século XIX, propõe a seleção natural como a causa principal para a explicação da evolução, o livro “A Origem das Espécies”, publicado por Darwin em 1859, popularizou a teoria.

Por outro lado, o posicionamento criacionista é uma cosmovisão que propõe a origem do universo e da vida, assim como toda a complexidade encontrada na natureza, como sendo o resultado de um ato criador intencional. Tal condição constitui inferência de planeamento.

A inferência de planeamento é uma indução puramente a posterior (depois de examinar as evidencias) baseada em uma aplicação inexoravelmente consistente da logica e da analogia, a conclusão pode ter implicações religiosas, mas não depende de pressuposições religiosas.

Entre os muitos cientistas do presente e do passado que não aceitam a proposta evolucionista por questões científicas, deparamo-nos com, James Clerk Maxwell, James Prescott Joule, Louis Pasteur, Gregor Mendel, Thomas Anderson, Michael Faraday, Richard Owen, William Thompson, Alexander MacAlister, William Ramsay, apenas para citar alguns.

Tais assuntos não são novos, pois foram debatidos na antiga Grécia por volta do século V a.C., no tempo dos antigos filósofos, ideias sobre o universo ser eterno ou não, sobre a vida ter surgido espontaneamente ou ter sido criada, fazia parte da discussão de então.

Na antiga Grécia tratava-se única e simplesmente de uma discussão com ideias e acalorados pensamentos totalmente demarcados de qualquer posicionamento religioso. Platão e Aristóteles acreditavam que a ordem e organização que existe no universo e na vida, o tipo de interação que ocorre, mostram e constituem sinais claros de planeamento, a ideia de que o universo e a vida teriam vindo há existência espontaneamente, era inconcebível.

Tales de Mileto acreditava que tudo teria evoluído da água, esta é uma proposta com praticamente 2.600 anos, um dos seus discípulos, Empeleis de Agrigento, acreditava que, no mundo animal, sobrevive aquele que estiver melhor capacitado. Um grupo defendia a tese de uma possível geração espontânea, em que tanto o universo quanto a vida teriam vindo à existência por meio de processos chamados naturais, outro grupo defendia que o universo havia sido criado de acordo com um plano racional.

Os raciocínios que motivaram ambos os posicionamentos são, até certo ponto, os mesmos empregados ainda hoje. No entanto, muitas das propostas, embora aparentemente lógicas, encontram-se desprovidas de um embasamento solido sustentável.

A proposta das duas é bem simples; a evolução tem uma proposta cronológica espontânea e natural, no seguinte sentido:

1º Matéria inorgânica.
2º Compostos orgânicos.
3º Vida simples.
4º Vida complexa.

Por outro lado, dentro das provas da paleontologia, geologia, cosmologia, biologia molecular, entre outras áreas da ciência, tudo aponta para uma criação intencional em que matéria inorgânica e seres vivos apareceram praticamente ao mesmo tempo. Não houve um processo de evolução, tudo foi planeado, foi sobrenatural e é bastante evidente.

O universo veio há existência ex nihilo (a partir do nada), foi criado completo, funcional e com uma idade aparente, o seu design, o seu propósito e grau de complexidade, conferem-lhe a necessidade de um Criador.

Ao contrário da noção popular de que só o criacionismo se apoia no sobrenatural, o evolucionismo deve também apoiar-se, desde que as probabilidades de formação da vida ao acaso são tão pequenas que exigem um “milagre” de geração espontânea equivalente ao argumento teológico.

A lei da biogénese diz que vida gera vida, a proposta evolucionista afirma dogmaticamente não-vida gerando vida. Isto é totalmente o oposto das leis impostas há natureza.

Como explicar que “não-vida” teria produzido a vida?

Louis Pasteur demonstrou que micro-organismos não se formam através da geração espontânea a partir de substâncias orgânicas. As moléculas assimétricas (orgânicas) são sempre o resultado de forças da vida, transcendendo a realidade da matéria. A fragilidade grosseira dos argumentos ateístas e a constante propaganda de desinformação sublinham a dimensão de uma fraude que desafia a descrição em qualquer língua.

Sempre, em qualquer processo se observa que, do menos não pode vir o mais. Toda a causa tem que ser anterior e maior que o seu efeito.

A 1ª lei da termodinâmica estabelece que, se a energia do universo for constante, a sua capacidade de desorganização (entropia), sempre tende para o máximo. A energia do universo é constante e a sua tendência de desorganização sempre estará indo para o máximo.

De que forma o universo poderia ter-se organizado por conta própria, sendo que por conta própria as leis que regem o universo fazem com que ele se desorganize?

A 2ª lei da termodinâmica corrobora que a tendência natural de todos os sistemas é de partir do complexo para o simples, do organizado para o desorganizado, é assim que a energia flui de um modo natural, esta é uma lei fundamental, uma lei primária incontornável.

Em qualquer processo, a energia final produzida não pode exceder a energia inicial utilizada, este é um facto consistentemente observado. No entanto, no modelo da explicação evolucionista constata-se exatamente o contrário: «A desordem gerou a ordem».

«Sendo que o universo caminha continuamente para um estado de desorganização, ele deve ter sido energizado em algum momento, do passado, por meio de um processo que violou a segunda lei da termodinâmica.» (Hermann von Helmholtz)

«Não existe esperança para uma teoria se ela for contra a segunda lei da termodinâmica, nada mais lhe resta que o seu colapso em profunda humilhação.» (Sir Arthur S. Eddington)

A evolução quebra duas leis básicas a respeito da vida e existência da vida, a pergunta é:

Quais as leis científicas ou sequência de eventos prováveis (em laboratório) que corroboram a geração espontânea de todos os sistemas de coisas?

A resposta que nos é dada é a mesma que, supostamente, segundo eles, esteve na origem do universo, o famoso “Big Bang”. A base cientifica que suporta este misterioso evento não é nenhuma, pois a explicação de tal bizarro fenómeno traduz-se por, “Leis físicas estranhas e desconhecidas”, que é exatamente a designação técnica de “milagre”.

Uma teoria que diz que o universo começou com um milagre, não pode ser científica. Teorias exóticas e loucas pressuposições que não tem qualquer base científica, ou seja, usando o argumento da evolução naturalista, ela própria não tem condições para acontecer, cientificamente falando.

O que nos é dado observar, categoricamente, é que a natureza é formada por matéria e energia, sendo que também é evidente que matéria e energia obedecem às leis da natureza, matéria e energia não criam as leis da natureza. O que a ciência sabe, sem a menor sombra de dúvida, é que não foi a natureza que produziu as leis que regem a própria natureza, mas sem as leis da natureza, a natureza não existe.

A resposta é óbvia: «Não foi um processo natural».

Os adeptos da evolução atribuem a lógica empírica e cientifica a uma perspetiva, materialista, totalizante do universo, afirmando que a ciência se pauta por um materialismo metodológico. Na verdade o que se pretende afirmar, não é ciência, mas apenas a filosofia positivista, comteana (Auguste Comte) do seculo IV, ou seja; trata-se de um conceito filosófico que se tenta passar por científico. O princípio absoluto de que tudo é relativo.

O problema é que, o objeto da ciência, apenas é o estudo dos fenómenos naturais, e não a explicação integral do universo. A ciência não se auto explica, não existem evidências de que a ciência pode ser explicada cientificamente. As bases da ciência não são científicas, mas sim filosóficas. Quer isto dizer que, a ciência, muito antes de existir, ela nasce de uma especulação, e procede sobretudo de uma conceção de ordem, uma ordem natural.

Só é possível ter ordem natural de causalidade (ato-potencia) na condição de contingência do ser, e é precisamente isto que nos conduz ao incremento de uma ordem natural. Esta ordem natural não é possível dentro de um universo caótico (surgido através do caos), a menos que se atribua à matéria a faculdade de regeneração intencional.

Mas a matéria está sujeita a um ordenamento que ela mesma não comanda, ela tem todo um procedimento que é inerente à sua ontologia, em cada fenómeno ela tem uma finalidade, uma causalidade própria que exclui outras possibilidades. Este conceito de ordem, não somente existe na natureza, como também é captado pelo homem, esta ordem está aplicada aos fenómenos da natureza, assim como aos fenómenos da sociedade e da moralidade.

O que é informação biológica?

A informação que existe nos nossos genes hoje, traduzindo-se na formação espontânea de nucleótidos simples ou mesmo polinucleótidos, que deveriam ser capazes de terem sido replicados em uma terra pré-biótica, deve agora ser considerado como uma situação improvável à luz dos muitos experimentos sem sucesso algum.

Tem sido demonstrado de maneira inequívoca, por um grande número de cientistas, que todas as teses evolucionistas afirmando que os sistemas vivos se desenvolveram de polinucleótidos tendo-se originado espontaneamente, não possuem nenhum embasamento empírico.

Que adaptação é um facto real, disso ninguém tem dúvidas, mas a teoria sintética tenta provar o postulado de que macroevolução ocorreu.

A pergunta é?

O meio ambiente produziu uma carga genética que não existia antes, ou o meio ambiente ativou uma carga genética que já estava presente?

O que é observado empiricamente, em laboratório, é que as variações (adaptações) estão presentes na informação genética. Evolução significaria o aparecimento de uma função ou um órgão que não existia antes. O problema principal consiste em provar a macro evolução, excluindo a adaptação.

«Não existe nenhum traço de evidência a nível molecular para a tradicional sequência apresentada pela evolução» (Consideração final do Dr. Colin Patterson, Senior Principal Scientific Officer British Museum “Natural History”)

Pelo facto de não ser possível o acesso ao conhecimento na origem da criação, não inviabiliza toda uma pesquisa relacionada com os sinais detetáveis de um projeto inteligente, de um autor. Sinais de complexidade e informação encontram-se na natureza e não vieram à existência por meio de processos espontâneos, o design na natureza é real, resta saber se esse design é intencional ou não.

A função da ciência não é provar como o universo e a vida teriam surgido espontaneamente, mas sim como o universo e a vida teriam surgido. Espontaneamente, ou não, é apenas uma das opções.

Devemos observar o seguinte:

O elemento básico informação (código) é uma entidade mental, não material. Não é uma propriedade da matéria, tanto é que processos puramente naturais (materiais) são fontes fundamentalmente incapazes de gerar informação.

Quando tratamos da questão informação, existem três evidências importantes e sérias que confirmam um ato criador.

1º Um sistema de códigos é sempre resultado de um processo mental, isto é, requer uma origem inteligente ou um inventor. O ADN é um sistema de código.

2º Não existe nenhuma lei natural conhecida na qual matéria possa trazer há existência informação, nem tão pouco existe algum processo físico ou fenómeno material que possa fazer a mesma coisa.

3º Não existe nenhuma lei da natureza, nenhum processo e nenhuma sequência de eventos conhecidos que possam fazer com que informação possa originar-se por si mesma da matéria.

Porquanto as leis da natureza não são naturalistas, a sua origem não provém da natureza. Então a pergunta é:

Qual a origem das leis da natureza, sendo que estas leis se encontram além da própria natureza?

Certamente a ciência, por si só, não explica este fenómeno, pois a natureza é governada por imposições matemáticas improcedentes de uma constante observável, e como tal, não é possível, através do método científico, determinar a origem das regras impostas no comportamento dos átomos. Processos naturais produzem alterações nos códigos de informação, mas quando estamos na presença de mecanismos complexos com propósito específico, a manifestação constitui antevidência que nos remete a um originador.

As assertivas adjacentes na contradição do argumento materialista, revelam que a evolução nem tão pouco chega a ser uma teoria, é apenas uma conjetura impossível de testar em laboratório. Evolução é uma hipótese, uma proposta que tem como objetivo primário, explicar um fenómeno observável, não necessita ser testável, mas admissível.

Em virtude de uma compreensão adequada, é relevante notar que, teoria científica significa uma proposta analítica que visa compreender, explicar e fazer predições sobre um determinado fenómeno. Necessita ser testável. Não obstante, lei física é um mecanismo que rege os fenómenos naturais, testados e comprovados.

O criacionismo não é um posicionamento religioso, é uma proposta científica, filosófica extremamente interessante. A investigação racional pode revelar o funcionamento mais intrínseco da natureza, uma posição sustentada por cientistas tanto do passado como do presente.

O criacionismo afirma que processos naturais e leis da natureza, não teriam trazido há existência o universo e a vida. A criação é uma sequência de atos sobrenaturais em um curto espaço de tempo, durante o qual, do nada (ex-nihilo), toda a natureza veio à existência.

Quais são as evidências da criação?

Na verdade, existem evidências científicas que demonstram que tanto o universo quanto a vida fora previamente projetado. Todas as descobertas da ciência, e todos os raciocínios filosóficos, apontam para a criação sobrenatural no domínio metafisico. O exame sincero da verdade e da realidade, leva inexoravelmente à conclusão de que todas as coisas refletem a revelação direta, em ato continuo, no Ser absoluto. Somente uma total recusa de perceber a realidade, é que se poderá afirmar o contrário.

Da mesma opinião era o fundador da termodinâmica, James Prescott Joule, que ao estudar a energia cinética do calor (agitação de moléculas sem perder intensidade gradual) afirmou que o próximo passo após o conhecimento e a obediência à vontade de Deus, deve ser conhecer algo sobre os seus atributos de sabedoria, poder e bondade manifestos nas obras das suas mãos. Acho difícil compreender um cientista que não reconhece a presença de uma racionalidade superior por traz da existência do universo.

Isaac Newton, fundador da física clássica e descobridor da lei da gravidade, declarou:

“A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Esta passa a ser a minha última e mais elevada descoberta”.

Uma vez que a estrutura do universo é a mais perfeita e o trabalho de um sábio Criador, nada acontece, no universo, sem que uma regra de um máximo ou de um mínimo apareça, esta convicção é sustentada pelo proeminente matemático Leonhard Euler que em suas descobertas vinculou o cálculo diferencial e funções transcendentais de análises matemáticas (beta e gama). Também James Clerk Maxwell, fundador do eletromagnetismo, defendeu o posicionamento de que todas as coisas foram criadas de forma prodigiosa.

Johannes Kepler, quando desvendou as leis do movimento planetário proclamou:

Deus, o Criador, trouxe à existência todas as coisas do nada”

Para que realmente se chegue ao conhecimento da verdade, ao entendimento de uma realidade que é causa primeira e fim último de todas as coisas, o homem não pode renunciar, nem ao conhecimento dos sentidos, nem ao conhecimento intelectivo, por abstração. 
A falácia propagandista e as mentiras falaciosas do ateísmo militante, evidenciam única e simplesmente, a recusa de constatar os fundamentos pelos quais se acredita na verdade, ou seja; se a realidade não é aquilo que eu idealizo como realidade, então eu preciso negar a realidade para sustentar uma fantasia ideológica. Tudo isto demanda uma certa reflecção e um questionamento dos próprios postulados interiores, mas eles simplesmente ignoram o óbvio e orgulham-se da sua própria estupidez.
Contra a metafísica clássica, a metafísica moderna ao invés de procurar atingir o ser inalcançável pela razão, procura apenas criticar a razão, demarcando os limites de sua atuação. Em decorrência deste miserável raciocínio, entre posições contraditórias, a pessoa subordina o juízo às contingências da evolução mecanicista, conta uma mentira para si mesma, e faz um tremendo esforço, violentando a sua própria consciência, procurando suprimir da memória a verdade que ela não quer reconhecer.
É comum nas pessoas que se encontram nesta situação, para reduzir o desconforto, ao invés de reconhecer a contradição e abandonar a falsa convicção, reconhecendo o erro, tentar, mediante o auto engano, iludir-se desenvolvendo uma espécie de síntese dialética, tendo na premissa de interpretação filosófica, a imanente contradição entre aquilo que se acredita em profundo confronto com a realidade.
Por incrível que possa parecer, a tese evolucionista é mais religiosa do que científica, porque deliberadamente deixa sem resposta a formidável questão da origem da vida, apenas propõe soluções ilusórias, não menos formidáveis, nas transformações evolutivas. A evolução, supõe a existência de uma natureza etérea, dotada de poderes, radicalmente diferentes de tudo o que é conhecido cientificamente.
Para ser coerente, o evolucionismo descamba necessariamente no panteísmo, sendo que deve admitir que a matéria sempre existiu, portanto, que ela é eterna, infinita e omnipotente, o que significa dar à matéria as qualidades próprias de Deus. O ateísmo de Darwin só mascara um panteísmo subjacente.
A ingenuidade geométrica, de alguns cientistas, chega ao absurdo de imaginar que o evolucionismo darwiniano é um posicionamento puramente científico, sem nenhuma relação com a história, com a filosofia ou com a religião. Eles imaginam que o evolucionismo surgiu apenas, e tão só, dos estudos científicos de Darwin e de seus seguidores, todos hermeticamente isolados em seus laboratórios, profilaticamente preservados de qualquer contágio metafísico ou teológico.
O pensamento evolucionista de Darwin não era uma simples hipótese científica que ocorreu para combater ideias religiosas admitidas em certas questões. Era antes, o produto e uma parte essencial, de uma visão do mundo proximamente ligada à produção da revolução industrial e às inovações políticas. Portanto, o darwinismo só pode ser entendido como parte de uma “visão de mundo”, de uma visão obstinadamente revolucionária.
A essência do darwinismo reside numa única frase, “a seleção natural é a força criativa principal da mudança evolutiva". Quer isto dizer que, a doutrina darwinista submete a evolução à lei da sobrevivência do mais apto, as espécies lutam entre si, e as mais fracas, ou as menos aptas, desaparecem, é a vitória do mais apto que garante o progresso da evolução. Esta “lei universal” deve ser aplicada, também, dentro de cada espécie, tornando maior a probabilidade de se aperfeiçoar e de sobreviver.
O próprio Charles Darwin, em sua autobiografia, confessa que foi ao ler uma obra de Thomas Malthus sobre população, que teve a ideia da seleção natural, a conclusão primária originou-se, por analogia, através da luta pela sobrevivência entre indivíduos para seus próprios benefícios, a qual faria sempre o mais fraco ser eliminado. É notável como Darwin reconhece, entre animais e plantas, uma sociedade com divisões de trabalho, competição, e abertura a novos mercados, com a eliminação do mais fraco, justificando a lei do mais forte.
Tais fatos são altamente comprometedores, na medida em que o evolucionismo tem sido sistematicamente apresentado como uma teoria puramente científica e biológica, quando na verdade não é.
Pierre Thuillier, em seu livro “Darwin et Cie”, descobre o ideólogo escondido no “cientista” Charles Darwin:
«Ele havia decidido, antes mesmo de ter interpretado as suas famosas observações, que devia formular uma explicação global mecanicista. Darwin era um militante do ateísmo e do materialismo e tomava muito cuidado em esconder as suas verdadeiras motivações sob a aparência de um procedimento científico rigoroso.»
Devo acrescentar o seguinte:
Toda a ofensiva da ciência, pela teoria da evolução, está duplamente envolvida em ideologia; Por um lado, o próprio Darwin confessa que a sua visão materialista precedeu a coleta dos fatos. Por outro lado, desde há 100 anos o darwinismo alimenta outras teorias, com diferentes ideologias, que extraem do darwinismo justificativas para a sua filosofia ou metafísica.
Por conseguinte, o evolucionismo atual é mais do que uma teoria biológica, é um princípio absoluto, um dogma religioso de uma metafísica relativista que se sustenta na contradição sintomática de um relativismo fundamentado em um princípio abstrato.
É esta adesão incondicional a uma conjetura, jamais demonstrada, mamíferos que procedem de lagartos, e lagartos que se originam através dos peixes, que explica a origem destas escandalosas metamorfoses de uma teoria que, no seu reportório, conta com o maior número de fraudes e escândalos na história da ciência.
O célebre evolucionista, Richard Lewontin, confessou:
«Nós ficamos do lado da ciência, apesar do patente absurdo de algumas de suas construções, apesar de seu fracasso para cumprir muitas de suas extravagantes promessas, apesar da tolerância da comunidade científica em prol de teorias certamente não comprovadas, porque nós temos um compromisso prévio, um compromisso com o materialismo. Não é que os métodos científicos nos obriguem a aceitar uma explicação material dos fenômenos do mundo, mas, ao contrário, somos forçados por nossa prévia adesão à conceção materialista do universo, a criar um aparato de investigação e um conjunto de conceitos que produzam explicações materialistas. Não importa quão contraditórias, quão enganosas e quão mitificadas.» (New York Reviews of Books, 1987).
Fica então claro, que o evolucionismo não tem origem científica mas ideológica e religiosa. O evolucionismo não nasce de uma pesquisa científica imparcial, e sim de um ateísmo anterior que pretende, mais do que provar a evolução, negar a existência de um Criador. O evolucionismo é fruto necessário do ateísmo.
A teoria evolucionista, materialista, tendo raízes na filosofia nominalista de Ockham, adquiriu, múltiplas formas, e em todas, procura dar aos problemas metafísicos uma solução de caráter racionalista, cientificista, mecanicista e materialista. O evolucionismo parte do pressuposto que a matéria está em perpétua e infinita evolução, e que existe um verdadeiro monismo metafísico. É esta conceção de realidade igualitária do ser, que revela o seu fundo religioso.
A ideologia materialista afirma que, a causa da vida é totalmente material. A simples ordenação da matéria tem o poder de gerar a vida, ou seja; a finalidade última do “vir a ser” é a manifestação de uma “força misteriosa”, imersa na matéria, que procura acionar uma constante reação. Esta explicação não é mais que uma expressão da gnose, em roupagem científica, e não passa de um silogismo cujas origens remontam a Eckhart e ao misticismo das seitas medievais.
Quando a ciência deixa de ser questionável passa a ser dogmática, tornando-se numa religião, o problema reside no facto de pessoas que concentram as suas atenções em motivações ideológicas e não em propostas puramente científicas. Mas não é de espantar, porque tais maravilhosos pensamentos, proveem sempre, de mentes desprovidas das realidades metafisicas, apenas se detêm na filosofia existencialista.
Curiosamente, hoje, o dogma da evolução é aceito por quase todos sem qualquer exame mais profundo. No meio académico, é geral a aceitação de que o homem tem origem simiesca, ou de um ancestral comum do macaco e do homem. Entretanto, ninguém se pergunta que animal irá ser gerado pelo homem no futuro. Pois se a evolução é lei geral e fundamental da natureza, ela fará o homem evoluir para um estágio que estará para o homem, assim como este está para o macaco. Noutros termos, deveria surgir um super-homem.
Será possível acontecer que algo teria vindo à existência espontaneamente?

Para produzir o ADN, em uma célula, são necessários 75 tipos diferentes de proteínas formadas na combinação de 20 aminoácidos específicos (proteinogénicos), contudo, estas proteínas apenas são sintetizadas sob a orientação do ADN, ou seja, um requer o outro.

O enigmático processo de, tradução, replicação e transcrição, é o efeito da informação controlada, observada nas células. A complexidade da mais simples célula conhecida é tão grande, que é impossível aceitar que tal objeto possa ter sido colocado junto, rapidamente, por algum tipo fantástico, altamente improvável de evento, tal fenómeno seria indistinguível de um milagre. A geração de um organismo vivo é impossível, a alternativa sensata seria o ato único e primário da criação sobrenatural.

O código genético é uma molécula que contem informação rigorosamente codificada e extremamente organizada. Vida somente existe através de informação genética codificada, a qual não surge espontaneamente do nada.

Para descobrir a origem da vida, não adianta saber a origem do ADN, é necessário saber a origem da informação guardada no código genético.

Seria concebível aceitar que a codificação que produz a vida teria sido apenas fruto do acaso?
A experiência que temos é que, por acaso, coisas não acontecem, o acaso nunca produziu nada.

Toda a informação é produzida por atividade mental, sendo que, quanto maior for a complexidade, maior é a inteligência que está por traz. A habilidade das mutações randómicas e da seleção natural, não podem explicar a origem e a complexidade da vida.

A inimaginável grandiosidade do código genético existente em um ser humano é tal, que, o conjunto dos comprimentos de todos os segmentos do ADN proveniente das células, encontradas, é equivalente a 550 mil vezes a distância da Terra à Lua. A reconstituição aleatória, letra por letra, dos 32 volumes de uma enciclopédia britânica, representa apenas um milésimo da probabilidade do ADN de um protozoário ter surgido por conta própria (espontaneamente).

A suposta evolução nem sequer pode ser considerada uma teoria, ela não pode ser testável, não existe um único laboratório no mundo que demonstre, experimentalmente, a evolução de um invertebrado convertendo-se em um vertebrado, ou como um peixe evoluiria para um anfíbio, um anfíbio num reptil, um reptil numa ave, ou seja lá o que for. Isto não é testável. Ou seja, tecnicamente eu teria que considerar a evolução como uma mera hipótese, não uma teoria.

Muitas pessoas confundem variação com evolução, as variações ou adaptações não são necessariamente sinais de evolução, pelo contrário, estas capacidades de modificação são possíveis até um certo limite, são limitadas. Quando observamos variação, adaptação, especiação, especialização, no fundo estamos na presença de um mecanismo fantástico que faz que formas de vida tenham condição de se adaptar dentro de determinados ambientes.

Não existe um único exemplo comprovando informação genética codificada surgindo por meio de processos naturais, porque isto simplesmente não ocorre. Evolução é tão-somente uma hipótese, uma proposta filosófica que não precisa ser testável.

Qualquer teoria necessita ser testável, esta é uma definição da própria ciência, temos que saber distinguir entre ciência devidamente estabelecida e posicionamento científico (preferência teológica).

No campo da ciência verificam-se três posicionamentos pessoais que emergem no confronto de ideias influenciando a preferência e escolha de um posicionamento científico para estabelecer um princípio no âmbito pedagógico:

- Os teístas creem no Deus criador cooperando com a criação.
- Os deístas creem que Deus criou o universo e foi fazer outra coisa.
- Os ateístas não acreditam em Deus ou em algo semelhante.

No entanto, é impossível descrever a natureza sem recorrer a palavras com terminologia de planeamento, design, função, obra, estrutura, propósito, eficiência, interação, controle e resultado. Tem sido recorrente, na literatura naturalista, evolucionista, a utilização de termos que estão relacionados com processos de criação, aplicados a mecanismos meramente aleatórios. Significa isto que a verdadeira ciência claramente aponta para a existência de uma inteligência superior, consistindo na opção mais óbvia e coerente com a evidência.

A biodiversidade é a causa da variedade.

As unidades hereditárias chamadas genes, recombinam-se em formas diferentes de uma geração para outra. Diferentes combinações são formadas, não novos genes. Estas combinações produzem variações dentro de uma mesma “espécie”. Contudo existe um limite para que tais combinações sucedam. (Lei de Mendel: “Lei da hereditariedade”)

A base do criacionismo está factualmente ligado às evidências relacionadas com os sinais de inteligência, a ideia de complexidade e informação, um ato criador. Os sinais são detetáveis. Todas as coisas criadas constituem o produto de um ato único e soberano por parte de um criador omnisciente, omnipotente, e pessoal, o qual não depende da sua criação para sua existência, nem é parte dela.

Todas as formas de vida foram criadas simultaneamente de forma sobrenatural, completas no sentido se serem perfeitas, complexas, resultado de um projeto inteligente, com diversidade básica e capacidade de adaptação limitada (teor de informação genética quantitativa).

- Peixes, sempre foram peixes.
- Anfíbios sempre foram anfíbios.
- Répteis sempre foram répteis.
- Mamíferos sempre foram mamíferos.
- Aves sempre foram aves.

Formas de invertebrados e vertebrados, etc., todos foram criados com uma capacidade de variação restrita, a diversificação é o resultado de um design inteligente. Para encontrar as formas de vida perfeitas temos que voltar ao passado, quando todas as formas de vida ainda conservavam a totalidade genética (tipos básicos com possibilidade de variações).

Toda esta questão está relacionada com a ideia de complexidade e especificação no limite dos processos naturais, ou seja, há medida que seres vivos se vão especializando, vai diminuindo a capacidade de opções de variação. Como resultado da diminuição da reserva genética, o que literalmente ocorre não é um processo de evolução, mas sim um processo de extinção.

O que sucede nas diversas espécies do mundo animal, incluindo os humanos, representa um conhecido paradoxo para os biólogos evolucionistas. A seleção natural não tem poder evolutivo, mas apenas conservativo. Macroevolução é um dogma do ateísmo, um mito inconsequente, e como tal, vai sendo sustentado, a despeito das evidências em contrário.

Romão Casals